Por PPT/VPPCB
O Programa de Pesquisa Translacional (PPT), ligado à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), realizou nos últimos dias 11, 12 e 13 de novembro, em Belo Horizonte (MG), a XIX Reunião do Fio-Schisto. O objetivo do encontro foi debater as ações e projetos no combate a esquistossomose, reestruturar os eixos de pesquisa da rede, além de conhecer diferentes possibilidades de financiamento de projetos. Foram três dias de discussões e palestras.
Durante a abertura da reunião foi formada uma mesa composta pela coordenação do Fio-Schisto, por Maria de Lourdes A. Oliveira (Vice-presidente de Pesquisas e Coleções Biológicas -participação remota); Roberto Sena Rocha (Diretor do Instituto René Rachou); Marcelo Pelajo (Coordenador Regional do Fio-Schisto e Assessor da VPPCB) e Sérgio Andrade (Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde).
Maria de Lourdes gravou um vídeo agradecendo a todos os presentes no evento e destacou a importância de eventos como esse que reúnem especialistas para a troca de conhecimento. “Uma das grandes missões que nós temos é a resposta em saúde pública, que normalmente não requer subsídio algum. Basta a gente reunir as nossas experiências em uma análise crítica propositiva, seja através de uma publicação cientifica, nota técnica ou outro tipo de divulgação. Porém, é muito importante que a gente apoie as ações nacionais e globais em termos da saúde pública”.
Já Roberto Sena falou sobre o trabalho do grupo e sobre o conjunto de pesquisadores na direção do mesmo objetivo: “Essas reuniões fazem o grupo avançar muito. A recente publicação do grupo a respeito das recomendações para o controle e eliminação da esquistossomose humana no Brasil demonstra que esta rede de pesquisadores que estuda esquistossomose na Fiocruz tem força para conseguir financiamento para novos projetos. Isso agrega e nos fortalece. Somos poucos, mas somos grandes”.
Para Marcelo Pelajo essa é uma oportunidade para novos projetos: “Neste momento a gente está trabalhando na Fiocruz em um desenho da agenda de pesquisa para o futuro. As próprias unidades técnicas e cientificas estão debruçadas na revisão das publicações dos últimos anos para determinação das áreas de atuação. A produção científica tem sido feita numa ótica de mostrar um painel de gestão de ciência para que a gente possa pensar no futuro”.
A coordenação do Fio-Schisto, composta pelos pesquisadores Ricardo Riccio Oliveira (IGM/Fiocruz), Roberta Lima Caldeira (IRR/Fiocruz) e Rosiane A. da Silva Pereira (IRR/Fiocruz), também participou da mesa de abertura e deu as boas-vindas aos participantes da reunião.
Logo após foi exibido um vídeo em homenagem ao Dr. Rodrigo Correa-Oliveira, no qual foram destacadas as suas contribuições para a comunidade científica, especialmente no campo da esquistossomose. Em seguida, foi realizada a apresentação do “Programa de Pesquisa Translacional da Fiocruz: missão, expectativas e possibilidades”, pela coordenadora executiva do programa, Ana Paula Cavalcanti.
Ana Maria Caetano, Diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT), apresentou uma palestra intitulada: “As prioridades e possibilidades de apoio pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde”, onde apontou os eixos prioritários do DECIT e a estruturação da RBPClin, destinada a fortalecer a pesquisa clínica no Brasil.
Sergio Andrade, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), apresentou o Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose: avanços e desafios, onde fez uma contextualização sobre a doença no país, e o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), que reforça o compromisso do governo com o fim das doenças infeciosas.
Thais Amaral, da Plataforma de Pesquisas Clínicas da Fiocruz, apresentou a Plataforma de Pesquisa Clínica em Esquistossomose da Fiocruz e o Biobanco de amostras para estudos em Esquistossomose e Geohelmintoses. Nesta oportunidade foram sanadas várias dúvidas dos participantes sobre a plataforma.
Finalizando o primeiro dia de reunião, Luis Fernando Gonzaga Donadio, do Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz, fez uma apresentação sobre captação ativa dos recursos, onde foram apresentadas e discutidas diferentes fontes de captação de recursos para pesquisa, além das agências de fomento.
Já no segundo dia do evento, Omar dos Santos Carvalho apresentou a proposta de elaboração do livro “Clássicos da Esquistossomose”, obra que abarcará os artigos brasileiros mais impactantes na área, sendo comentados por especialistas, e ainda o início da elaboração da 2ª edição do livro “Schistosoma mansoni e Esquistossomose: uma visão multidisciplinar”. Em seguida os membros do Fio-Schisto elegeram Ricardo Riccio como representante do programa na recém-formada Rede Brasileira de Parasitoses Intestinais.
A partir de então, os membros do Fio-Schisto se organizaram em oficinas para discussão dos temas: diagnóstico, vacina, fármacos, geração de conhecimento e intervenções ambientais e saúde. “O objetivo destas oficinas foi dar início a escrita de projetos em rede. Estes projetos serão discutidos e aprofundados nos próximos meses para serem submetidos a editais de financiamento”, diz Rosiane Pereira.
Por fim, foi apresentado um panorama do Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, que acontecerá nos dias 10 a 13 de novembro de 2024, em Salvador (BA), com discussão e proposição de temas e nomes de palestrantes. O responsável pela organização desse evento é o Ricardo Riccio Oliveira (IGM/Fiocruz), que está fazendo busca ativa de recursos e já teve um recurso aprovado junto ao CNPq.